Ecofisiologia Vegetal
A fisiologia Ambiental ou ecofisiologia estuda a interação dos organismos vivos (animais e vegetais) com relação ao meio, tomando como ponto de partida as interações entre a fisiologia e o meio ambiente. É uma ciência que estuda as adaptações funcionais dos organismos, diante das frequentes e distintas condições ambientais, drásticas ou gradativas mudanças naturais ou antrópicas provocadas ao meio, causando alterações sobre a biodiversidade.
No meu trabalho de Mestrado estudei a Ecofisiologia de mudas de Ipê Roxo (Tabebuia impetiginosa Mart. ex. DC. Standl.) submetidas a estresse hídrico. Abaixo segue o resumo da minha dissertação:
RESUMO
TOMCZAK, Valmor Elias. Ecofisiologia de mudas de ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa Mart. ex. Dc. Standl.) submetidas a estresse hídrico em casa de vegetação, 2012. 63f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012.
Tabebuia impetiginosa é uma espécie arbórea, conhecida como pau-d`arco ou ipê-roxo. Encontrada em áreas da Caatinga, é de grande importância para esse bioma, possuindo madeira muito apreciada, e por conter em sua casca substâncias que agem contra o câncer. Essa espécie vem sendo usada em programas de recuperação de áreas degradadas. Espécies desse bioma, como o Ipê-roxo, apresentam diversas alterações morfofisiológicas como forma de adaptação às épocas secas do ano. O estudo dessas alterações é de grande importância, sendo necessário conhecer esses mecanismos para que se possa manejar e conservar essas espécies. Logo, objetiva-se nesse estudo avaliar o comportamento ecofisiológico de Tabebuia impetiginosa em resposta ao estresse hídrico e a reidratação. Para isso foi realizado um experimento na casa de vegetação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Os frutos foram coletados em árvores da mesma Universidade e a semeadura realizada em solos de duas localidades, Mossoró, e Angicos, esse último coletado em uma área em processo de desertificação. Quando as mudas atingiram nove meses, na estação seca do ano, foram aplicados os tratamentos, constituídos de um conjunto de dois fatores, sendo o primeiro, dois tipos de solo (Mossoró e Angicos) e o segundo, dois regimes hídricos com três repetições, com cada repetição representada por três plantas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados. As avaliações foram realizadas a cada três dias, durante o período de suspensão da irrigação, em mudas com e sem irrigação, sendo a retomada da irrigação determinada pelo monitoramento do início da queda das folhas, nas plantas submetidas à suspensão. Após esse período as mudas foram reidratadas, e as avaliações realizadas até que as taxas de fotossíntese das mudas que foram submetidas à suspensão igualassem às que não foram submetidas. As variáveis avaliadas foram fotossíntese (A), condutância estomática (gs), concentração interna de CO2 (Ci), transpiração, Eficiência de uso da água (A/E), Eficiência de carboxilação (A/Ci) e o potencial hídrico foliar (Ψw) ao pré-amanhecer e ao meio-dia. O solo de Mossoró apresentou maiores taxas de A e E em determinados períodos de avaliação quando submetido a boa condição hídrica em relação ao solo de Angicos. Essa resposta, nessa condição, não esteve relacionada à gs. Quando submetido ao estresse, as mudas de Ipê-roxo no solo de Angicos reduziram seu Ψw foliar antes das mudas cultivada no solo de Mossoró. E quando reidratadas, mudas cultivadas no solo de Angicos recuperaram seu Ψw foliar antes do solo de Mossoró. Independente do solo estudado o estresse hídrico afeta A, E, gs, Ci, com decréscimo dessas variáveis e rápidas recuperações após a reidratação. Diferentemente, a A/E, presenta um aumento com o estresse hídrico, sendo esse verificado antes em mudas cultivadas no solo de Mossoró. Com o estresse hídrico ocorre a redução do Ψw foliar, sendo essa redução encontrada antes no solo de Angicos e no período anterior ao amanhecer. A Tabebuia impetiginosa apresenta-se como uma espécie investidora, apresentando capacidade de reduzir seu Ψw foliar em condições de falta de água.
Palavras-chave: Fotossíntese. Potencial hídrico. Condutância estomática. Transpiração. Caatinga
Este espaço é muito importante para a divulgação de conhecimento científico para todos os apaixonados pela natureza e em especial pelas plantas.
ResponderExcluirMuito legal esse blog, amo botânica... parabéns.
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